Listei aqui algumas ideias para trabalhar na Semana do Meio a Ambiente:
Painéis do Centro Educacional Rozilda Neves, onde trabalho.
Espaço destinado para compartilhar experiências sobre o meu trabalho em sala de aula, com dicas sobre organização, planejamento e rotina escolar.
domingo, 28 de maio de 2017
sábado, 27 de maio de 2017
quarta-feira, 17 de maio de 2017
Tempo Integral
De acordo com o site do Canal do Ensino:
O conceito da escola em tempo integral pode encaixar em diversos projetos estudantis e, devemos lembrar, que não são apenas as escolas públicas que possuem esse formato, muitas escolas particulares já trabalham com isso e mostram o quanto é importante e quantos benefícios em aprendizagem os alunos conseguem.
1) O aluno estuda pra valer – No colégio integral o aluno precisa estudar, ele tem diversas matérias e precisa estudar, ir em todas as aulas e o tempo na escola fica maior. É por esse motivo que o aluno estuda mais. Quando a criança ou adolescente está na escola, acaba sendo “obrigado” a estudar. Se ele estuda só um horário e vai para casa, muitas vezes deixa de estudar, de fazer o “para casa”, para jogar vídeo game ou ver televisão. O colégio integral é uma forma de exigir mais dos alunos.
2) Melhora o rendimento – Como os alunos passam mais tempo na escola, o rendimento fica muito melhor, essa é uma consequência boa. Na escola integral também existe os momentos livres de estudo e plantão de dúvidas. Os alunos de colégio integral conseguem estudar mais, pois já tem o tempo definido para aprender e ficam mais responsáveis também.
3) Menos tempo ocioso – Como já falamos o aluno que estuda apenas um horário geralmente fica com o tempo ocioso, pois passa boa parte do dia sem estudar ou sem ler, ele joga vídeo game, navega no computador ou faz qualquer outra coisa, menos estudar. O tempo ocioso não existe quando a criança ou adolescente está em um colégio integral, pois existe atividade para eles o tempo todo.
4) Os pais ficam mais livres – Quando o filho está em uma escola integral, os pais não precisam se preocupar em ter que buscar o filho na escola no horário de serviço, fazer o almoço ou qualquer outra coisa que é necessário. No colégio integral o aluno chega cedo na escola, geralmente 7 horas da manhã e lá ele almoça, lancha e só sai mais tarde, geralmente 17h30. Por causa disso, os pais ficam mais livres para fazer as tarefas do dia a dia e não precisam se preocupar com o filho em casa sozinho.
5) Eles fazem atividade física – A atividade física de um colégio integral não é igual a de escolas normais, os alunos não tem apenas a matéria de educação física, eles também tem a oportunidade de praticar esportes. O tipo de esporte disponível na escola pode ser diferente, mas geralmente os alunos tem aulas de ginástica olímpica, artes marciais, futebol, vôlei entre outros. Com isso a criança vai escolher o tipo de esporte que ele mais gosta, o que proporciona uma vida mais saudável.
6) Os alunos têm acesso ao lazer e cultura – Os alunos de colégio integral não tem acesso apenas aos esportes, muitas vezes eles tem acesso a cursos extras, como funciona em alguns países, como oficina de música ou sucata, teatro, cursos de informática e, também, gincanas escolares.
7) A criança e o adolescente ficam fora da rua – Falamos que os alunos que estudam só um período ficam com mais tempo disponível. O problema é maior ainda quando a criança passa o dia todo na rua, essas crianças e adolescentes pode se envolver com problemas quando não tem um adulto por perto, passam muito tempo sozinhos e na rua com os amigos. A escola integrada é vantajosa por isso, essas crianças passam o tempo todo na escola, como formas de estudar e realizar atividades voltadas para elas.
8) Tem orientação dos professores – Os alunos de colégio integral tem a vantagem de contar com a ajuda e orientação dos professores nas tarefas e nos estudos, dessa forma os alunos podem suprir todas as dúvidas que surgiram no para casa, por exemplo, com o próprio professor.
9) Alimentação balanceada – Muitas escolas públicas já oferecem escola integral para os alunos. Em razão disso, muitas crianças e adolescentes carentes têm a possibilidade de ter uma boa alimentação. Nas escolas a alimentação dos alunos é pensada e balanceada, eles contam com a ajuda de um nutricionista para garantir uma boa alimentação. Além disso, eles comem nos horários corretos e não ficam sem se alimentar por muito tempo.
10) Melhora a convivência familiar – Por fim, temos uma grande vantagem, que é a melhora na convivência familiar. Como as crianças e adolescentes passam um bom tempo na escola e fazem o dever de casa, conseguem ter um bom tempo em família. Com o tempo livre, fica mais fácil de se divertir com os pais e ter a convivência em família muito melhor.
sábado, 13 de maio de 2017
Formando Cidadão
Compartilho este artigo do site da editora Formando Cidadão, vale a pena ler!
O que nos ensinam os quatro pilares da educação para o século XXI?
Vivemos em uma sociedade que está experimentando mudanças radicais. O pior é que a velocidade com que essas mudanças estão acontecendo é algo brutal. Não podemos deixar de compreender que mudanças geram mudanças. Como a velocidade das mesmas, nesse mundo globalizado, é intensa, a sociedade está em constante mudança em um ritmo cada vez mais acelerado. Ao longo dos anos, a Educação evoluiu e continua a evoluir, e este processo pode ser compreendido na visão de pensadores e filósofos, que, através de suas teorias, visam a uma melhoria constante do ensino. Sabemos que alguns dos pressupostos didáticos atualmente adotados não são construções inteiramente recentes, mas foram elaborados pelos educadores ao longo do tempo, e reformulados a partir de um processo contínuo de reflexão-ação. Toda teoria pedagógica tem seus fundamentos baseados num sistema filosófico. É a Filosofia que, expressando uma concepção de homem e de mundo, dá sentido à Pedagogia, definindo seus objetivos e determinando os métodos da ação educativa. Nesse sentido, não existe educação neutra. Ao trabalhar na área da educação, é sempre necessário tomar partido, assumir posições. E toda escolha de uma concepção de educação é, fundamentalmente, o reflexo da escolha de uma filosofia de vida.
Os quatro pilares da educação
A educação não serve, apenas, para fornecer pessoas qualificadas ao mundo da economia: não se destina ao ser humano enquanto agente econômico, mas enquanto fim último do desenvolvimento. Desenvolver os talentos e as aptidões de cada um corresponde, ao mesmo tempo, à missão fundamentalmente humanista da educação, à exigência de equidade que deve orientar qualquer política educativa e as verdadeiras necessidades de um desenvolvimento endógeno, respeitador do meio ambiente humano e natural, e da diversidade de tradições e de culturas. E, mais especialmente, se é verdade que a formação permanente é uma ideia essencial dos nossos dias, é preciso inscrevê-la, para além de uma simples adaptação ao emprego, na concepção mais ampla de uma educação ao longo de toda a vida, concebida como condição de desenvolvimento harmonioso e contínuo da pessoa. (DELORS, 2001, p. 85)
A educação não serve, apenas, para fornecer pessoas qualificadas ao mundo da economia: não se destina ao ser humano enquanto agente econômico, mas enquanto fim último do desenvolvimento. Desenvolver os talentos e as aptidões de cada um corresponde, ao mesmo tempo, à missão fundamentalmente humanista da educação, à exigência de equidade que deve orientar qualquer política educativa e as verdadeiras necessidades de um desenvolvimento endógeno, respeitador do meio ambiente humano e natural, e da diversidade de tradições e de culturas. E, mais especialmente, se é verdade que a formação permanente é uma ideia essencial dos nossos dias, é preciso inscrevê-la, para além de uma simples adaptação ao emprego, na concepção mais ampla de uma educação ao longo de toda a vida, concebida como condição de desenvolvimento harmonioso e contínuo da pessoa. (DELORS, 2001, p. 85)
Nessa visão prospectiva, uma resposta puramente quantitativa à necessidade insaciável da Educação — uma bagagem escolar cada vez mais pesada — já não é possível nem mesmo adequada. Não basta, de fato, que cada um acumule no começo da vida uma determinada quantidade de conhecimentos de que possa abastecer-se indefinidamente. É, antes, necessário estar à altura de aproveitar e explorar, do começo ao fim da vida, todas as ocasiões de atualizar, aprofundar e enriquecer estes primeiros conhecimentos, e de se adaptar a um mundo de mudanças.
Delors (2001) aponta, como principal consequência da sociedade do conhecimento, a necessidade de uma aprendizagem ao longo de toda vida, fundamentada em quatro pilares, que são, concomitantemente, pilares do conhecimento e da formação continuada.
É necessário tornar prazeroso o ato de compreender, descobrir, construir e reconstruir o conhecimento para que não seja passageiro, que se mantenha através do tempo, que valorize a curiosidade, a autonomia e a atenção, permanentemente. É preciso também pensar o novo, reconstruir o velho, reinventar o pensar. Precisamos, cada vez mais, na educação, de uma resposta qualitativa à necessidade de aprendizagem.
Para poder dar resposta ao conjunto das suas missões, a educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda vida, serão, para o indivíduo, os pilares do conhecimento:
Aprender a conhecer
O conhecimento não vem de fora, é um processo de construção e reconstrução interior. Não está nos livros, nos computadores, mas nas mentes das pessoas. A verdadeira aprendizagem é a construção ativa de conhecimentos realizada pelo sujeito que aprende. Não há aprendizagem sem que o aprendiz seja o sujeito ativo do processo, e a aprendizagem será tanto maior e melhor quanto mais ativo ele for. Aprender a conhecer, isto é, adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; aprender a viver junto, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas; finalmente aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes. (DELORS, 2001, p. 89-101).
Aprender a fazer
Diante da rapidez com que as evoluções estão ocorrendo em nosso mundo moderno, logo o aluno se perguntará: Porque aprendi tudo isso? Para mais nada me serve, porque já está desatualizado. A Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI demonstrou essa preocupação ao citar: “Embora o Aprender Ser e Aprender a Fazer sejam indissociáveis, queremos destacar que o Aprender a Fazer está mais relacionado à questão da formação profissional.” A questão que precisa ser respondida pelo professor é: “Como ensinar ao aluno a pôr em prática os seus conhecimentos e, também, como adaptar a educação ao trabalho futuro quando não se pode prever qual será a sua evolução?” (DELORS, 2001) Devemos destacar que o Aprender a Fazer não pode, pois, continuar a ter significado simples de preparar alguém para uma tarefa material bem determinada, para fazê-lo participar do fabrico de alguma coisa.
Aprender a viver junto, aprender a viver com os outros
Faz parte da Educação, aprender a lidar com pessoas diferentes, tratar de assuntos relevantes, não falar mal dos outros, não usar a força para resolver conflitos, demonstrar gentileza e sinceridade no tratamento com os colegas e professores. É justamente na escola que os alunos aprendem as regras básicas de convivência em sociedade. O que cada professor precisa fazer é abrir espaço a fim de que eles aprendam a conviver, se conheçam e se respeitem. Para que todos possam viver juntos e aprender a viver com os outros, a Educação tem um papel importantíssimo e um grande desafio, já que a opinião pública toma conhecimento através dos meios de comunicação e nada pode fazer.
Aprender a ser
Se o aluno não estiver preparado para compreender que a Educação deve, em princípio, mudar a sua vida, o seu caráter, para depois servir aos outros, então ela falhou. Ela será apenas um instrumento do egoísmo para dominar os outros. Educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa, espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade. Todos os seres humanos devem ser preparados pela educação que recebem para agir nas diferentes circunstâncias da vida. Só que para isso cada um deverá ter pensamentos autônomos e críticos, personalidade própria. Portanto, a Educação deve preparar as crianças e os jovens para possíveis descobertas e experiências.
Delors (2001) aponta, como principal consequência da sociedade do conhecimento, a necessidade de uma aprendizagem ao longo de toda vida, fundamentada em quatro pilares, que são, concomitantemente, pilares do conhecimento e da formação continuada.
É necessário tornar prazeroso o ato de compreender, descobrir, construir e reconstruir o conhecimento para que não seja passageiro, que se mantenha através do tempo, que valorize a curiosidade, a autonomia e a atenção, permanentemente. É preciso também pensar o novo, reconstruir o velho, reinventar o pensar. Precisamos, cada vez mais, na educação, de uma resposta qualitativa à necessidade de aprendizagem.
Para poder dar resposta ao conjunto das suas missões, a educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda vida, serão, para o indivíduo, os pilares do conhecimento:
Aprender a conhecer
O conhecimento não vem de fora, é um processo de construção e reconstrução interior. Não está nos livros, nos computadores, mas nas mentes das pessoas. A verdadeira aprendizagem é a construção ativa de conhecimentos realizada pelo sujeito que aprende. Não há aprendizagem sem que o aprendiz seja o sujeito ativo do processo, e a aprendizagem será tanto maior e melhor quanto mais ativo ele for. Aprender a conhecer, isto é, adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; aprender a viver junto, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas; finalmente aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes. (DELORS, 2001, p. 89-101).
Aprender a fazer
Diante da rapidez com que as evoluções estão ocorrendo em nosso mundo moderno, logo o aluno se perguntará: Porque aprendi tudo isso? Para mais nada me serve, porque já está desatualizado. A Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI demonstrou essa preocupação ao citar: “Embora o Aprender Ser e Aprender a Fazer sejam indissociáveis, queremos destacar que o Aprender a Fazer está mais relacionado à questão da formação profissional.” A questão que precisa ser respondida pelo professor é: “Como ensinar ao aluno a pôr em prática os seus conhecimentos e, também, como adaptar a educação ao trabalho futuro quando não se pode prever qual será a sua evolução?” (DELORS, 2001) Devemos destacar que o Aprender a Fazer não pode, pois, continuar a ter significado simples de preparar alguém para uma tarefa material bem determinada, para fazê-lo participar do fabrico de alguma coisa.
Aprender a viver junto, aprender a viver com os outros
Faz parte da Educação, aprender a lidar com pessoas diferentes, tratar de assuntos relevantes, não falar mal dos outros, não usar a força para resolver conflitos, demonstrar gentileza e sinceridade no tratamento com os colegas e professores. É justamente na escola que os alunos aprendem as regras básicas de convivência em sociedade. O que cada professor precisa fazer é abrir espaço a fim de que eles aprendam a conviver, se conheçam e se respeitem. Para que todos possam viver juntos e aprender a viver com os outros, a Educação tem um papel importantíssimo e um grande desafio, já que a opinião pública toma conhecimento através dos meios de comunicação e nada pode fazer.
Aprender a ser
Se o aluno não estiver preparado para compreender que a Educação deve, em princípio, mudar a sua vida, o seu caráter, para depois servir aos outros, então ela falhou. Ela será apenas um instrumento do egoísmo para dominar os outros. Educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa, espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade. Todos os seres humanos devem ser preparados pela educação que recebem para agir nas diferentes circunstâncias da vida. Só que para isso cada um deverá ter pensamentos autônomos e críticos, personalidade própria. Portanto, a Educação deve preparar as crianças e os jovens para possíveis descobertas e experiências.
A Educação não se apoia exclusivamente, numa fase da vida ou num único lugar. Os tempos e as áreas da educação devem ser repensados, completar-se e interpenetrar-se de maneira a que cada pessoa, ao longo de toda a sua vida, possa tirar o melhor partido de um ambiente educativo em constante ampliação. Com base nos quatro pilares da Educação, compreendemos que profundas mudanças precisam ocorrer no sistema de ensino secular. Pode levar algum tempo para aceitarmos que só se aprende participando, vivenciando, tomando atitudes diante dos fatos, escolhendo procedimentos para atingir determinados objetivos. Não se ensina só pelas respostas dadas, mas principalmente pelas experiências proporcionadas, pelos problemas criados, pela ação desencadeada.
REFERÊNCIA:
DELORS, Jacques. Educação: Um Tesouro a descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI – 6 Edição. São Paulo: UNESCO, MEC, Editora Cortez, Brasília, DF, 2001, p.82-104.
DELORS, Jacques. Educação: Um Tesouro a descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI – 6 Edição. São Paulo: UNESCO, MEC, Editora Cortez, Brasília, DF, 2001, p.82-104.
segunda-feira, 1 de maio de 2017
Educação Básica e Níveis de Ensino
A educação básica é o caminho para assegurar a todos os brasileiros a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes os meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. Atualmente, os documentos que norteiam a educação básica são a Lei nº 9.394, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica e o Plano Nacional de Educação, aprovado pelo Congresso Nacional em 26 de junho de 2014. Outros documentos fundamentais são a Constituição da República Federativa do Brasil e o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Na Educação Básica, a organização do tempo curricular deve ser construída em função das
peculiaridades de seu meio e das características próprias dos seus estudantes, não se restringindo
às aulas das várias disciplinas. O percurso formativo deve, nesse sentido, ser aberto e contextualizado,
incluindo não só os componentes curriculares centrais obrigatórios, previstos na
legislação e nas normas educacionais, mas, também, conforme cada projeto escolar estabelecer,
outros componentes flexíveis e variáveis que possibilitem percursos formativos que atendam aos
inúmeros interesses, necessidades e características dos educandos.
Na organização e gestão do currículo, as abordagens disciplinar, pluridisciplinar, interdisciplinar
e transdisciplinar requerem a atenção criteriosa da instituição escolar, porque revelam
a visão de mundo que orienta as práticas pedagógicas dos educadores e organizam o trabalho
do estudante. Perpassam todos os aspectos da organização escolar, desde o planejamento do
trabalho pedagógico, a gestão administrativo-acadêmica, até a organização do tempo e do
espaço físico e a seleção, disposição e utilização dos equipamentos e mobiliário da instituição,
ou seja, todo o conjunto das atividades que se realizam no espaço escolar, em seus diferentes
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âmbitos. As abordagens multidisciplinar, pluridisciplinar e interdisciplinar fundamentam-se nas
mesmas bases, que são as disciplinas, ou seja, o recorte do conhecimento.
Quanto às etapas correspondentes aos diferentes momentos constitutivos do desenvolvimento
educacional, a Educação Básica compreende:
I – a Educação Infantil, que compreende: a Creche, englobando as diferentes etapas do desenvolvimento
da criança até 3 (três) anos e 11 (onze) meses; e a Pré-Escola, com duração de 2
(dois) anos.
II – o Ensino Fundamental, obrigatório e gratuito, com duração de 9 (nove) anos, é organizado
e tratado em duas fases: a dos 5 (cinco) anos iniciais e a dos 4 (quatro) anos finais;
III – o Ensino Médio, com duração mínima de 3 (três) anos. 19
Estas etapas e fases têm previsão de idades próprias, as quais, no entanto, são diversas quando se
atenta para alguns pontos como atraso na matrícula e/ou no percurso escolar, repetência, retenção, retorno de quem havia abandonado os estudos, estudantes com deficiência, jovens e adultos
sem escolarização ou com esta incompleta, habitantes de zonas rurais, indígenas e quilombolas,
adolescentes em regime de acolhimento ou internação, jovens e adultos em situação de privação
de liberdade nos estabelecimentos penais.
O atendimento em creches e pré-escolas como direito social das crianças se afirma na Constituição de 1988, com o reconhecimento da Educação Infantil como dever do Estado com a Educação. O processo que resultou nessa conquista teve ampla participação dos movimentos comunitários, dos movimentos de mulheres, dos movimentos de trabalhadores, dos movimentos de redemocratização do país, além, evidentemente, das lutas dos próprios profissionais da educação.
Desde então, o campo da Educação Infantil vive um intenso processo de revisão de concepções sobre educação de crianças em espaços coletivos, e de seleção e fortalecimento de práticas pedagógicas mediadoras de aprendizagens e do desenvolvimento das crianças. Em especial, têm se mostrado prioritárias as discussões sobre como orientar o trabalho junto às crianças de até três anos em creches e como assegurar práticas junto às crianças de quatro e cinco anos que prevejam formas de garantir a continuidade no processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças, sem antecipação de conteúdos que serão trabalhados no Ensino Fundamental.
Art. 22. A Educação Infantil tem por objetivo o desenvolvimento integral da criança, em seus
aspectos físico, afetivo, psicológico, intelectual, social, complementando a ação da família e da
comunidade.
§ 1º As crianças provêm de diferentes e singulares contextos socioculturais, socioeconômicos
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e étnicos, por isso devem ter a oportunidade de ser acolhidas e respeitadas pela escola e pelos
profissionais da educação, com base nos princípios da individualidade, igualdade, liberdade,
diversidade e pluralidade.
§ 2º Para as crianças, independentemente das diferentes condições físicas, sensoriais, intelectuais,
linguísticas, étnico-raciais, socioeconômicas, de origem, de religião, entre outras, as relações
sociais e intersubjetivas no espaço escolar requerem a atenção intensiva dos profissionais
da educação, durante o tempo de desenvolvimento das atividades que lhes são peculiares, pois
este é o momento em que a curiosidade deve ser estimulada, a partir da brincadeira orientada
pelos profissionais da educação.
§ 3º Os vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e do respeito mútuo em que
se assenta a vida social devem iniciar-se na Educação Infantil e sua intensificação deve ocorrer
ao longo da Educação Básica.
§ 4º Os sistemas educativos devem envidar esforços promovendo ações a partir das quais as
unidades de Educação Infantil sejam dotadas de condições para acolher as crianças, em estreita
relação com a família, com agentes sociais e com a sociedade, prevendo programas e projetos
em parceria, formalmente estabelecidos.
§ 5º A gestão da convivência e as situações em que se torna necessária a solução de problemas
individuais e coletivos pelas crianças devem ser previamente programadas, com foco nas motivações
estimuladas e orientadas pelos professores e demais profissionais da educação e outros de
áreas pertinentes, respeitados os limites e as potencialidades de cada criança e os vínculos desta
com a família ou com o seu responsável direto.
Art. 23. O Ensino Fundamental com 9 (nove) anos de duração, de matrícula obrigatória
para as crianças a partir dos 6 (seis) anos de idade, tem duas fases sequentes com características
próprias, chamadas de anos iniciais, com 5 (cinco) anos de duração, em regra para estudantes
de 6 (seis) a 10 (dez) anos de idade; e anos finais, com 4 (quatro) anos de duração, para os de 11
(onze) a 14 (quatorze) anos.
Parágrafo único. No Ensino Fundamental, acolher significa também cuidar e educar, como
forma de garantir a aprendizagem dos conteúdos curriculares, para que o estudante desenvolva
interesses e sensibilidades que lhe permitam usufruir dos bens culturais disponíveis na comunidade,
na sua cidade ou na sociedade em geral, e que lhe possibilitem ainda sentir-se como
produtor valorizado desses bens.
Art. 24. Os objetivos da formação básica das crianças, definidos para a Educação Infantil,
prolongam-se durante os anos iniciais do Ensino Fundamental, especialmente no primeiro, e
completam-se nos anos finais, ampliando e intensificando, gradativamente, o processo educativo,
mediante:
I – desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio
da leitura, da escrita e do cálculo;
II – foco central na alfabetização, ao longo dos 3 (três) primeiros anos;
III – compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da economia, da tecnologia,
das artes, da cultura e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
IV – o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos
e habilidades e a formação de atitudes e valores;
V – fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de respeito
recíproco em que se assenta a vida social.
Art. 26. O Ensino Médio, etapa final do processo formativo da Educação Básica, é orientado
por princípios e finalidades que preveem:
I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino
Fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
II – a preparação básica para a cidadania e o trabalho, tomado este como princípio educativo,
para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de enfrentar novas condições de ocupação e
aperfeiçoamento posteriores;
III – o desenvolvimento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e
estética, o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
IV – a compreensão dos fundamentos científicos e tecnológicos presentes na sociedade contemporânea,
relacionando a teoria com a prática.
§ 1º O Ensino Médio deve ter uma base unitária sobre a qual podem se assentar possibilidades
diversas como preparação geral para o trabalho ou, facultativamente, para profissões
técnicas; na ciência e na tecnologia, como iniciação científica e tecnológica; na cultura, como
ampliação da formação cultural.
§ 2º A definição e a gestão do currículo inscrevem-se em uma lógica que se dirige aos jovens,
considerando suas singularidades, que se situam em um tempo determinado.
§ 3º Os sistemas educativos devem prever currículos flexíveis, com diferentes alternativas,
para que os jovens tenham a oportunidade de escolher o percurso formativo que atenda seus
interesses, necessidades e aspirações, para que se assegure a permanência dos jovens na escola,
com proveito, até a conclusão da Educação Básica.
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